Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo [que], sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo (Fp 2.5, 8)
Parece que “os filhos das trevas” estão tomando mais cuidado com a soberba do que os “filhos da luz”, que deveriam ter como exemplo a profunda humildade de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Em maio deste ano, o ex-ministro das Relações Exteriores Mário Gibson Barboza escreveu um artigo intitulado Cuidado com o andor. Trata-se de um prudente alerta contra a possível soberba brasileira na área diplomática. No final, o embaixador sugere: “Nada de ‘estrelismo’, pois há um provérbio árabe que diz: ‘a carne da gazela é a mais saborosa , mas a gazela não faz anúncio disso’, nada de auto-elogios, que não conseguem senão irritar os demais” (Jornal do Brasil, 17/05/2005, p. A-11).
A declaração do general Alberto Mendes Cardoso está imbuída do pensamento bíblico: “Não existe nada que deixe uma pessoa mais vulnerável do que a vaidade exacerbada. Isso derruba um sujeito. Ele sempre cai”.
Quando o helicóptero do Grupo Pão de Açúcar caiu no mar em 2002, o comandante Sérgio Augusto Guimarães, instrutor de avião e helicóptero, explicou: “Se a falta de habilidade do piloto pode gerar tragédias, o excesso de confiança pode levar ao mesmo destino”.
Será que temos de descobrir o malefício e o perigo da soberba com os outros, e não com Jesus Cristo? Muitos de nós estamos adorando o estrelismo e criando sutilmente uma multidão de fãs para nos aplaudir e nos ajudar a subir aos lugares mais altos.
A humildade cristã é uma virtude básica, mas rara e de fato muito difícil. Consiste na vigilância, na contenção e na privação da soberba existente dentro do coração humano, ansiosa por dominá-lo inteiramente por meio de auto-admiração, auto-elogio, auto-estima, autopromoção e auto-suficiência. A dificuldade da humildade decorre do fato de que ela tem de ser autêntica. Não pode ser aparente, nem fingida. Ou existe ou não existe. Por sua natureza, a humildade tem de se alojar primeiro no íntimo para só depois se exteriorizar. É uma virtude para Deus ver, e não para o homem ver.
Uma das frases mais sucintas e mais ameaçadoras sobre o orgulho é de Salomão: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16.18). A Bíblia Viva prefere parafrasear assim: “A desgraça está um passo depois do orgulho; logo depois da vaidade vem a queda”. Por aí se vê claramente que o caminho mais curto para o escândalo é a soberba. O Halachá (código judaico do comportamento humano) completa: “Todo aquele que anda somente quatro passos de forma arrogante, afasta-se dele a presença divina”. É por essa razão que os grandes, quando se envaidecem, caem da altura em que se encontram ou pensam se encontrar.
Quem tem o maior dever de zelar pela humildade são os cristãos. Por causa do exemplo de Jesus Cristo e por causa da conseqüente obrigação de serem iguais a ele. “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2.5-8). E, entre os cristãos, são os pastores e os bispos que precisam de mais humildade, não somente por causa do exemplo, mas também para serem bem-sucedidos no ministério.
Todavia, não são poucos os casos em que o odioso estrelismo tem ocupado o lugar da humildade cristã em nossas igrejas. Jerram Barrs, fundador e diretor do Francis Schaeffer Institute, no Covenant Theological Seminary, nos Estados Unidos, avisa que “o problema do orgulho é tão profundo que até mesmo as bênçãos de Deus sobre nós podem ser prontamente transformadas, por nós mesmos, em autocongratulação”. Como o risco é grande, “mais do que qualquer coisa em nossas orações por nós mesmos, devemos orar por um coração humilde e grato e para vermos com clareza a facilidade com que nos tornamos auto-subservientes e cheios de orgulho” (A Essência da Evangelização, Editora Cultura Cristã, p. 156).
Por que muitos líderes, no Brasil e no mundo, nas igrejas históricas e nas igrejas pentecostais, antes bem-sucedidos e abençoados por Deus, estão sendo encostados pelo Senhor e pela igreja depois de algum comportamento vergonhoso? A principal razão combina perfeitamente com a já citada passagem de Provérbios (“À frente da ruína caminha a soberba, à frente da queda caminha a presunção”, na versão da Bíblia do Peregrino). Precisamos decorar aquela outra declaração de Salomão que tanto Tiago como Pedro trouxeram para o Novo Testamento: “Deus é contra os orgulhosos, mas é bondoso com os humildes” (Tg 4.6; 1 Pe 5.5, NTLH). Jerram Barrs lembra também que “o orgulho é o empecilho no caminho de toda pessoa em reconhecer sua necessidade de Cristo”. Essa desastrosa auto-suficiência que dispensa a presença divina é que provoca, irreversivelmente, a queda de quem está vivendo com intensidade a serviço do reino; Jesus deixou bem claro: “Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5). Se a soberba descontrolada derruba impérios, por que não derrubaria igrejas todo-poderosas? Se derrubou o Faraó do Egito (Ez 29) e o Nabucodonosor da Babilônia (Dn 4), por que não derrubaria pastores todo-poderosos?
A boa notícia é que, se à frente da queda caminha a presunção, “à frente da glória caminha a humildade” (Pv 15.33, Bíblia do Peregrino)!
Parece que “os filhos das trevas” estão tomando mais cuidado com a soberba do que os “filhos da luz”, que deveriam ter como exemplo a profunda humildade de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Em maio deste ano, o ex-ministro das Relações Exteriores Mário Gibson Barboza escreveu um artigo intitulado Cuidado com o andor. Trata-se de um prudente alerta contra a possível soberba brasileira na área diplomática. No final, o embaixador sugere: “Nada de ‘estrelismo’, pois há um provérbio árabe que diz: ‘a carne da gazela é a mais saborosa , mas a gazela não faz anúncio disso’, nada de auto-elogios, que não conseguem senão irritar os demais” (Jornal do Brasil, 17/05/2005, p. A-11).
A declaração do general Alberto Mendes Cardoso está imbuída do pensamento bíblico: “Não existe nada que deixe uma pessoa mais vulnerável do que a vaidade exacerbada. Isso derruba um sujeito. Ele sempre cai”.
Quando o helicóptero do Grupo Pão de Açúcar caiu no mar em 2002, o comandante Sérgio Augusto Guimarães, instrutor de avião e helicóptero, explicou: “Se a falta de habilidade do piloto pode gerar tragédias, o excesso de confiança pode levar ao mesmo destino”.
Será que temos de descobrir o malefício e o perigo da soberba com os outros, e não com Jesus Cristo? Muitos de nós estamos adorando o estrelismo e criando sutilmente uma multidão de fãs para nos aplaudir e nos ajudar a subir aos lugares mais altos.
A humildade cristã é uma virtude básica, mas rara e de fato muito difícil. Consiste na vigilância, na contenção e na privação da soberba existente dentro do coração humano, ansiosa por dominá-lo inteiramente por meio de auto-admiração, auto-elogio, auto-estima, autopromoção e auto-suficiência. A dificuldade da humildade decorre do fato de que ela tem de ser autêntica. Não pode ser aparente, nem fingida. Ou existe ou não existe. Por sua natureza, a humildade tem de se alojar primeiro no íntimo para só depois se exteriorizar. É uma virtude para Deus ver, e não para o homem ver.
Uma das frases mais sucintas e mais ameaçadoras sobre o orgulho é de Salomão: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16.18). A Bíblia Viva prefere parafrasear assim: “A desgraça está um passo depois do orgulho; logo depois da vaidade vem a queda”. Por aí se vê claramente que o caminho mais curto para o escândalo é a soberba. O Halachá (código judaico do comportamento humano) completa: “Todo aquele que anda somente quatro passos de forma arrogante, afasta-se dele a presença divina”. É por essa razão que os grandes, quando se envaidecem, caem da altura em que se encontram ou pensam se encontrar.
Quem tem o maior dever de zelar pela humildade são os cristãos. Por causa do exemplo de Jesus Cristo e por causa da conseqüente obrigação de serem iguais a ele. “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2.5-8). E, entre os cristãos, são os pastores e os bispos que precisam de mais humildade, não somente por causa do exemplo, mas também para serem bem-sucedidos no ministério.
Todavia, não são poucos os casos em que o odioso estrelismo tem ocupado o lugar da humildade cristã em nossas igrejas. Jerram Barrs, fundador e diretor do Francis Schaeffer Institute, no Covenant Theological Seminary, nos Estados Unidos, avisa que “o problema do orgulho é tão profundo que até mesmo as bênçãos de Deus sobre nós podem ser prontamente transformadas, por nós mesmos, em autocongratulação”. Como o risco é grande, “mais do que qualquer coisa em nossas orações por nós mesmos, devemos orar por um coração humilde e grato e para vermos com clareza a facilidade com que nos tornamos auto-subservientes e cheios de orgulho” (A Essência da Evangelização, Editora Cultura Cristã, p. 156).
Por que muitos líderes, no Brasil e no mundo, nas igrejas históricas e nas igrejas pentecostais, antes bem-sucedidos e abençoados por Deus, estão sendo encostados pelo Senhor e pela igreja depois de algum comportamento vergonhoso? A principal razão combina perfeitamente com a já citada passagem de Provérbios (“À frente da ruína caminha a soberba, à frente da queda caminha a presunção”, na versão da Bíblia do Peregrino). Precisamos decorar aquela outra declaração de Salomão que tanto Tiago como Pedro trouxeram para o Novo Testamento: “Deus é contra os orgulhosos, mas é bondoso com os humildes” (Tg 4.6; 1 Pe 5.5, NTLH). Jerram Barrs lembra também que “o orgulho é o empecilho no caminho de toda pessoa em reconhecer sua necessidade de Cristo”. Essa desastrosa auto-suficiência que dispensa a presença divina é que provoca, irreversivelmente, a queda de quem está vivendo com intensidade a serviço do reino; Jesus deixou bem claro: “Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5). Se a soberba descontrolada derruba impérios, por que não derrubaria igrejas todo-poderosas? Se derrubou o Faraó do Egito (Ez 29) e o Nabucodonosor da Babilônia (Dn 4), por que não derrubaria pastores todo-poderosos?
A boa notícia é que, se à frente da queda caminha a presunção, “à frente da glória caminha a humildade” (Pv 15.33, Bíblia do Peregrino)!
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